sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Encontro reúne 600 pessoas no Fórum Social Mundial

Belém (PA) – O Fórum Social Mundial abrigou até o início da tarde desta quinta-feira, 29, a 2ª Jornada Internacional de Educação Ambiental. Cerca de 600 pessoas, entre estudantes, professores, representantes de governos e de movimentos sociais, além de religiosos, se reuniram em grupos para discutir estratégias de educação ambiental em suas comunidades locais e escolas.

A professora de educação física e ambiental da rede estadual paraense Adilza Dias veio do interior do estado – ela leciona em Capanema – para aprimorar suas habilidades ao tratar do assunto em sala de aula. “Quero interagir com outras pessoas e grupos preocupados com as questões ecológicas”, diz.

Durante a jornada, o primeiro passo é assistir a um vídeo sobre sociedade sustentável e educação ambiental para a sustentabilidade. Em seguida, os participantes são convidados a ler e discutir o tratado de educação ambiental – um documento produzido durante a ECO 92, com 15 princípios de educação para sociedades sustentáveis construídos coletivamente na ocasião.

“Precisamos adaptar o conteúdo do tratado aos desafios de hoje”, enfatiza uma das mediadoras do encontro, a professora Mônica Simons, do Centro de Educação Ambiental de Guarulhos. Ela explica aos participantes que a proposta do tratado é difundir uma educação ambiental crítica, inclusiva e politicamente engajada. “Hoje, muitas escolas apenas limitam-se a informar sobre questões ecológicas, mas é preciso uma educação que leve o estudante a pensar, a se comprometer e a agir”, complementa.

Após ler e discutir os princípios expressos no tratado, os participantes precisam levantar desafios que atualmente atravancam a implementação das medidas. Para além de identificar problemas, outra parte importante das oficinas ocorre a partir da elaboração de planos de ação para superar os desafios.

A jornada é organizada pelo Instituto Paulo Freire, com apoio dos ministérios da Educação e do Meio Ambiente, além de diversos movimentos da sociedade civil. Essa interação entre instituições civis e governamentais trouxe o chileno Pablo Sepúlveda, representante do Conselho de Educação de Adultos da América Latina, até a jornada. “O Brasil é um exemplo para o mundo de articulação e integração entre muitos membros da sociedade civil e estado neste assunto (educação ambiental). Vim aprender”, revela. Para ele, o governo brasileiro acolhe muitas idéias da sociedade civil e muitos representantes de movimentos ambientais, como a ex-ministra e senadora Marina Silva, são a um só tempo militantes e integrantes do governo.

Maria Clara Machado

Fonte: SECAD-MEC

Carta da II Jornada

Círculos de Belém

A II Jornada Internacional de Educação Ambiental iniciou em 2006 com o propósito de continuar aglutinando forças inspiradas no Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, na perspectiva de construir uma existência sustentável.

Durante o VI Fórum Mundial de Educação e o IX Fórum Social Mundial foi constatada a vigência dos princípios do Tratado, bem como a necessidade de atualização de seu plano de ação. Reuniram-se mais de 400 pessoas, originárias de 12 países, num Painel e em oito Círculos de Cultura que mobilizaram novos olhares sobre o Tratado. Nessas atividades foi manifestada a necessidade de construir coletivamente estratégias ecopedagógicas para dar vida aos 16 princípios do Tratado.

Assim como sinaliza a Plataforma Mundial de Educação – Naibori 2007, não bastam declarações gerais, mas é necessário desdobrá-las em planos de ação para a construção da cidadania planetária.

O resultado dos trabalhos desenvolvidos Círculos de Cultura seguem na íntegra e foram sistematizados nas seguintes vertentes:

1. Comunicação: viabilizar uma melhor socialização quanto aos conceitos que fundamentam a educação ambiental, assim como do próprio Tratado, enquanto documento que orienta atitudes para a sustentabilidade;

2. Políticas Públicas: garantir uma maior abrangência da educação ambiental nos três níveis de organização da sociedade (poder público, iniciativa privada e terceiro setor);

3. Coletivos e Redes: ampliar, articular e integrar as organizações da sociedade civil com o propósito de fortalecer transformações significativas;

4. Autonomia dos povos: consolidar o respeito à diversidade para o empoderamento das comunidades.

Entendemos que estas contribuições fortalecem os próximos passos da II Jornada Internacional de Educação Ambiental e poderão se somar a toda e qualquer contribuição fruto de outras atividades organizadas por entidades e pessoas nas suas respectivas comunidades ou por meio da plataforma virtual da Jornada.

Fica aqui então, o convite para todas e todos que têm nos princípios do Tratado sua inspiração para concretização de um novo projeto planetário.

Fórum Mundial de Educação Belém (Brasil), 1a de fevereiro de 2009.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Jornada discute Tratado no FSM

sábado 31 de janeiro de 2009
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global foi a base dos debates entre educadores e variados segmentos


Lacênio Barbosa

Educadores, estudantes e os mais diversos segmentos interessados em discutir os temas relacionados ao meio ambiente participaram, no dia 29 de janeiro, no campus profissional da UFPA, em Belém, da II Jornada Internacional de Educação Ambiental, dentro do Fórum Social Mundial 2009. As discussões tiveram como base o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, com os participantes fazendo a leitura coletiva dos 16 princípios do documento e logo depois se subdividindo em grupos para discuti-los. Segundo a diretora pedagógica do Instituto Paulo Freire (IPF), promotor do evento, Ângela Antunes, essa dinâmica permite que um número maior de pessoas não só conheça como possa intervir no documento que é um processo dinâmico como a própria educação. Ela lamentou que, mesmo entre aqueles que se interessam pelo tema, o tratado ainda seja pouco conhecido ao ponto de somente duas pessoas, num grupo de cem, admitirem já o terem lido. "O tratado é a síntese de um processo histórico e é preciso não só conhecer seu texto como reescrevê-lo", asseverou.

A preocupação com o meio ambiente e a educação ambiental como tema gerador ganhou corpo dentro do Instituto com a participação do professor Moacir Gadotti, presidente do IPF, na Rio 92. As discussões sócio-ambientais foram determinantes para alimentar reflexões que culminaram no surgimento de obras como "Pedagogia da Terra" e "Educar para a Sustentabilidade", escritas por Gadotti.

Presente em vários grupos, a professora Moema Viezzer, coordenadora da II Jornada Internacional de Educação Ambiental, mostrou-se satisfeita com o grau de diversidade dos participantes, seja na faixa etária, com pessoas dos 15 aos 70 anos, ou mesmo nas origens nacionais e étnicas. Lembrou que o tratado originado na Conferência Rio 92 foi assinado por cerca de 600 instituições de mais de 80 países e que hoje, junto com a Carta da Terra, é um documento que reforça a responsabilidade dos povos com a sustentabilidade do planeta.

A professora disse que apesar dos contratempos foi importante a realização do FSM na Amazônia por ser uma forma das pessoas que vivem aqui expressarem o que pensam sobre a exploração da floresta. "É importante trabalhar a periferia como centro e a Amazônia é um lócus de interação na América latina por pertencer a vários países".


http://www.ciranda.net/spip/article2723.html